gustnado

Ernani, a mínima do Campo dos Afonsos foi registrada no dia 19 ou 20 de julho de 1926, o mesmo resfriamento radiativo que pegou gande parte do estado, nas áreas menos favoráveis ao resfrimento radiativo as mínimas deste dia não foram tão baixas (Copacabana 15ºC). Eu já vi informações sobre as supostas chuvas diárias extremas de outubro e dezembro de 1924 na estação São Francisco Xavier, isto foi num livro mas não lembro o nome, depois entei em contato com o Inmet mas eles alegaram desconhecer a existência desta estação mesmo no passado, e por fim pesquisei por conta própria em edições antigas do diario oficial da união (DOU), Jornal do Brasil na Biblioteca Nacional e também fiz comparação com os dados do centro do Rio e de outros postos de observação espalhados por bairros da cidade até concluir que estes temporais simplesmente não existiram, todas as fontes consultadas indicaram que não houve qualquer chuva fora do comum nos dias em que os falsos recordes (de 380 e 390 mm em 24 horas) foram registrados e os jornais não mencionam qualquer transtorno ou anormalidade na cidade, a fonte deste erro publicado até em livros talvez nunca seja esclarecida já que o Inmet ignora os dados desta estação (talvez estejam em algum arquivo empoeirado, vai saber...), mas neste caso tenho certeza que são erros. De fato 1924 foi um ano muito chuvoso mas a maior chuva do ano na capital caiu entre os dias dia 3 e 4 de abril quando passou de 200 mm em poucas horas nos bairros mais atingidos (o JB tem boa matéria para os padrões da época sobre a grande enchente ocorrida pricipalmente entre a região da Tijuca e o centro). Em Niterói a chuva acumulada no ano de 1924 chegou a 1763,8 mm, atrás apenas de 1947 (1888,1 mm), 1966 (1874,6 mm) e 1967 (1816,7 mm). A maior chuva em 24 horas registrada na cidade do RJ pelo Inmet foi de 349,4 mm no dia 26 de fevereiro de 1971 no Engenho de Dentro, neste dia ocorreu a maior enchente da história da zona norte mas a chuva foi mais normal entre centro e zona sul, na zona oeste também choveu muito e os recordes de chuva em 24 horas (absolutos) para Bangu e Santa Cruz foram registrados neste mesmo evento além do recorde isolado da Penha. Um mês totalmente sem chuva é algo muito raro em qualquer bairro do Rio de Janeiro, o centro que nem está entre os mais chuvosos registrou seu último mês sem precipitação em fevereiro de 1977, e o único outro caso desde 1890 foi agosto de 1925, foram dois meses sem chuva em 123 anos de dados, ou para dar uma noção melhor 2 meses entre 1483 meses e contando (levando em conta o que eu disse no outro post, a diferença é que na média estadual ago/25 foi bem mais seco que fev/77).

Hoje foi a tarde mais quente do mês mais com máxima de 34ºC na cidade do RJ, mas ao contrário de ontem hoje as áreas mais perto do mar foram refrescadas pela brisa e não passaram de 25ºC durante o dia. À tarde na zona norte da cidade a sensação de calor no sol era muito grande e na sombra também calor mas tolerável, pude sentir isso em Vila Isabel onde deve ter feito uns 33ºC (registro do Alerta Rio São Cristóvão, ali perto). Em dias como hoje a máxima tende a ser bem maior no lugar onde fica a PWS (Interior de Itaipu) que em Icaraí, com esta última fica de frente para a baía não chegou nem perto dos muito quentes 33,2ºC (máxima) da PWS hoje.

Ernani, muito interessantes todos os dados, os de Mauriaé fazem bastante sentido para mim já que as mínimas muitos baixas foram registradas mais de uma vez e e em anos diferentes com forte ondas de frio (1918, 1933). Para Niterói tenho como mínima absoluta 7,9ºC em 15/06/1925 e máxima 41,8ºC em 05/12/1923, o mês mais quente foi janeiro de 1956 com média máxima de 35,6ºC e compensada (ou algo parecido) de 28,9ºC. Ano mais chuvoso 1947 com 1888,1 mm e ano menos chuvoso 1963 com 550,5 mm (disparado o menos chuvoso, nenhum outro ano acumulou menos de 900 mm entre 1919 e 1967!!), mês mais chuvoso janeiro de 1966 com 570,2 mm e dia mais chuvoso 4 de abril de 1924 com 230,4 mm (ironicamente a chuva de 2010 caiu nos dias 5/6 de abril). Barbacena tem um bom potencial para resfriamento noturno mas a mínima absoluta que eu conhecia era de -0,8ºC na década de 30, uma novidade para mim esta marca de 1923 mas bem possível nas baixadas. Também tenho que em 1926 fez 4,5ºC (não lembro os décimos exatos mas por aí) em Barra do Itabapoana (estação possivelmente recebia algum escoamento de ar frio, na beira do mar ali é impossível esfriar tanto mas em áea rural para dentro pode), foi um evento generalizado nas baixadas litorâneas, mas também bem radiativo, basta ver que a mínima em Copacabana ficou na casa dos 15ºC e no centro do Rio entre 12 e 13ºC no dia que a cidade do RJ teve seu recorde de 4,8ºC no Afonsos. Talvez pela média mensal julho de 1925 tenha mesmo sido o mês mais frio do século no estado, sabia da capital mas com os dados que colocou de Itaperuna vejo que foi mais generalizado, pena as mínimas destes anos não serem conhecidas. Julho de 1923 foi um frio bem seco e noturno mas julho de 1925 foi mais úmido com noites não tão frias mas dias mais frescos, e pelo que vi agosto de 1925 pode ter sido o mês mais seco do século XX em grande parte do estado (zero de chuva no centro da capital e pouca a nenhuma chuva em várias cidades), eram tempos interessantes!

Sim Ernani, imagino que no caso de Santo Antonio de Padua a estação tenha mudado para uma área mais fria nos anos 90, é o que sugere a mínima de 2000 por exemplo, já São Lourenço também tem histórico de mínimas interessantes apesar do valor registrado em 1990 ser destoante dos demais. Muriaé pelo que tenho visto tem um clima mais fresco e úmido que cidades no noroeste do estado do RJ (em jan de 2012 choveu mais de 700 mm, não imagino ver isto acontecer em Itaperuna por exemplo), tenho mais facilidade para acreditar em mínimas baixas ali na década de 10, vou esperar os dados. 2000 eu diria que foi a última vez que uma massa de ar frio com relevância histórica influenciou o RJ bem no inverno, já 1979 tudo indica que foi a maior da segunda metade do século XX, no centro do Rio a mínima (01/06) foi a mais baixa desde 1923 e em outras áreas a menor desde 1933, 1926 ou 1918. Imagino se existem dados de Itaperuna entre 1922 e os anos 30, será no mínimo estranho se não tiver chegado perto dos 4,5ºC de 1945 alguma vez neste período já que posição da estação era a mesma de 1945 pelo que me disse.

Ok, novamente obrigado Ernani! A espera dos resumos, quando for possível. Bem, eu sei que o mês mais frio registrado na antiga estação do centro do Rio desde 1882 foi julho de 1925 com média de 18,2ºC (média mensal), já o mês com noites mais frias foi julho de 1923 com média das mínimas que chegou a 4ºC em Nova Friburgo, 9ºC em Santa Maria Madalena, 11,6ºC em Niterói e 14,2ºC no centro do Rio (todas são recordes de menor média das mínimas). Julho de 1923 também trouxe recorde de frio para Bangu com mínima absoluta de 6,4ºC (igualada em 06/1933) e -8ºC para Campos do Jordão. Em junho de 1917 pelo que me passaram teve recorde de menor média das mínimas em Petrópolis (8,3), Vassouras (9,9) e Campos (12,3), e em junho de 1933 foi a vez de Teresópolis (5) e São Fidélis (9,9). Mas acredito que no fim do século XIX marcas ainda menores teriam sido registradas em todos os lugares, não descarto os dados extra oficiais que indicam -2,5ºC em 1892 e -3,7ºC em 1870 para Nova Friburgo (área urbana), contra um recorde oficial de -1,4ºC em 1933 na antiga estação fechada em 2003. Em 1870 os relatos dão conta de um frio muito intenso no leste de MG também, com morte de árvores em algumas baixadas. Eu já conhecia estes dados do PNI, ficava na vertente sul do maciço num microclima totalmente distinto do atual para mínimas (100% encosta/topo, nenhum acúmulo de fio radiativo, já estive até nas ruínas do posto onde moravam as observadoras), esta mínima de -6ºC em 1918 foi mais por advecção, se fosse em 2013 talvez nem tivesse zerado ali ainda, mas creio que nas máximas a diferença seja menor pois a menor altitude da estação antiga (2199 m) é parcialmente compensada pela posição da atual num vale. Agora fiquei curioso com as mínimas de Muriaé...

PNI chuta o pau da barraca, depois de chegar na casa dos 0ºC terminou a noite de sexta entre 11 e 12ºC com umidade de 6% e ponto de orvalho de 25ºC negativos, comportamento de topo agora.

Os dados não esclarecidos, esqueci de dizer, me refiria ao Inmet não ter me esclarecido sobre eless. Falando do tempo, depois de tanta chuva em julho estamos tendo um pouco de ar seco (longe do mar) e dias de céu limpo aqui no Rio, considero bem vindo este tempo, na zona sul o vento do mar está amenizando o calor do dia mas tardes já bem quentes na zona norte (hoje passou de 32ºC nos bairros mais quentes). Sobre o PNI gente nenhum vento ali é bom, qualquer vento favorece que o ar mais quente da atmosfera livre quebre a inversão, o tal vento sudeste registrado nas madugadas mais frias nada mais foi do que uma aragem/calmaria e a estação fica registrando o mínimo, mas um vento sudeste bem fraco já estraga, como disse o Ernani ainda temos o que descobrir sobre o lugar e concordo com o Artur que nos dias ruins o vento pega o parque inteiro e não salva baixada nenhuma da parte alta do "calor", mas também confio que existem sim áreas em média mais frias (centro do vale) onde já deve ter feito -8/-9ºC este ano (chute) e seguramente abaixo de -10ºC nos melhores eventos (2013 não teve definitivamente, basta ver que nenhum Inmet da mantiqueira negativou em 2013 e é raro chegar em agosto assim, nem 2012 chegou tão longe sem negativa nos Inmets de CJ, MV e MF se me lembro bem). Não sei se no PNI também (outro regime, muito alto), mas 2013 é um inverno (até agora) para ser esquecido nas cidades da mantiqueira.

Olá Ernani, muito interessantes os dados que passou, bem pelo BDMEP os dados de Itaperuna vão até o dia 30/09/1961 e depois só recomeçam no dia 01/03/1967, ou seja em geral bate com o período de mudança de posição da estação que mencionou. Eu já consegui com o próprio Inmet dados no ano passado, inclusive já conhecia os recordes de Campos que tem provavelmente a estação mais regular do norte do estado (entre eles os recordes de calor estabelicidos ano passado em Campos e Itaperuna, quando não oficialmente fez 43ºC em Cachoeiro do Itapemirim no dia 31/10 pelo instituto estadual). Foi muito bom que tenha falado sobre a mínima de 1979 não ser confiável em Itaperuna, pois uma vez consegui com o Inmet as mínimas de diversas estações do RJ entre os dias 31/05 e 02/06 de 1979 e logo vi que em algumas o valor estava completamente errado, dava tudo para saber se este erro já partiu do observador ou surgiu depois quando algum burocrata ou programa não acreditou nas mínimas ou erraram na digitação (me inclino para a segunda hipótese), os dois casos mais óbvios são Bangu e Alto da Boa Vista, a mínima de 12,5ºC apontada para a segunda estação no dia 01/06 eu tenho certeza que está errada e evidentemente que os 18,2ºC de Bangu (como mínima no dia 01) estão mais errados ainda (em Bangu minha hipétese é que fez 8,2ºC e erraram a digitação mas para o ADBV é mais complicado), Itaperuna não está sozinha neste caso. Para São Fidélis me passaram que fez 5,8ºC no dia 31/05 e 9,8ºC em 01/06, também totalmente errado pois nenhuma estação teve a menor mínima no dia 31 (e como recorde da estação 3,6ºC em 25/071928, deste não tenho motivo para desconfiar). Também a mínima que me passaram de 2ºC em Santa Maria Madalena para julho de 1988 está completamente errada, foi registrada fora do pico do frio e em desacordo com o que outas estações registraram no dia, a menor confiável que encontrei para S M Madalena foi 3,8ºC, esta sim correta de 01/06/1979, mas também tenho curiosidade para sabr se alguma mínima menor (que a de 79) que não a errada de 88 foi registrada, isto o Inmet não disse. Acredito que alguns destes registros inconsistentes poderiam ser esclarecidos com os dados originais da caderneta, mas estes parece que são guardados a 7 chaves... Em Resumo, o que não consegui esclarecer: Resende (recorde de frio) Itaperuna (algum velor menor que o de 1945 antes deste ano?) Angra dos Reis (me informaram um recorde de 39,5ºC em 02/1941 mas tenho informações de 41 ou 42ºC em setembro de 1916, possível pois no dia fez 23,1ºC no PNI - recorde da estação - e 37ºC em Resende). Também os recordes de frio em agosto e setembro de 1920 (na casa dos 6ºC), muito inferiores aos demais, o que estaria por trás disso? Santa Maria Madalena (qual o recorde verdadeiro, eles insistem nos 2ºC 1988 mas estou certo que é inválido) E claro os 0,9ºC de Santo Antonio de Pádua (1959) são bem intrigantes também, mas um aparente 5,9ºC em Cachoeiro não me me permite descartar tal mínima num microclima rural muito favorável.

Então você acha que isto (concentração de mínimas absolutas num mesmo ano) aconteceu porque a estação de Itaperuna mudou de lugar? Reparei que na normal 61/90 Itaperuna teve mínimas muito inexpressivas até em grandes ondas de frio (como 1979), e gostaria de saber se existem dados das décadas de 1910 até 1939 (para esta cidade) quando o estado era ainda mais frio. No século XIX então creio que ocorriam geadas em grande parte do interior do RJ quase todo inverno (ouvi falar de uma particularmente forte em 1870), que diferença para os dias de hoje quando as geadas só acontecem em baixadas serranas rurais bem elevadas e mesmo assim em pouquíssimas madrugadas. Também me chamou a atenção por exemplo que no dia da mínima de 4,5ºC em Itaperuna fez 9ºC ou algo assim em Santo Antonio de Pádua (pelo que me passou o Inmet), e no dia que supostamente registrou mínima de 0,9ºC em Santo Antonio de Padua (junho de 1959, não sei se está errado ou se era área rural e baixada) não baixou de 9ºC em Itaperuna, isto é muito estranho e se não envolver mudança de lugar da estação diria impossível.

De fato a circulação de leste tem um efeito bem interessante no clima do RJ, pois parte do estado que fica mais virada para ESE (ao norte de Arraial do Cabo) recebeu muita umidade, chuva acima da média e temperatura até um pouco abaixo da média em 08/2012, mas a região mais ao sul que inclui capital, Costa Verde e Vale do Paraíba acabou com chuva abaixo da média e temperatura até um pouco acima, como o RJ tem esta quebra na orientação da costa (na altura Arraial do Cabo) isto acontece! Lembro que Santa Teresa no ES (bem virada para a umidade de leste na borda da serra) acumulou mais de 500 mm de chuva em 08/2012.

A ideia de escrever sobre 2012 e 2013 eu realmente tive após o seu comentário, mas quero deixar claro que minha menção ao ato de supervalorizar o passado imeadiato foi um comentário genérico, eu observo isso a todo momento e com muita gente, e não foi uma crítica a você (reconheço que pode ter passado outra impressão mas não foi intencional). Sobre 2013 estar "anos-luz" à frente de 2012 mesmo desconsiderando a última MP, sinceramente nenhum dado dá suporte a esta ideia, aliás a diferença de média cumulativa entre 2012 e 2013 até junho em SP é de meros 0,2ºC, e além da diferença entre o primeiro semestre de 2012 e o de 2013 ser muito pequena a temporada fria de 2012 (começo em maio) estava até ligeiramente mais fresca que a de 2013 antes da onda de frio atual, sendo que nos últimos dias 2013 assumiu a dianteira mas não por margem grande. Se considerar abril, que fica fora da temporada fria, há uma vantagem maior para 2013, mas nada abissal após maio e junho acima da média (e acima de 2012) em 2013. No Sul então (mais RS/parte de SC), 2012 estava até mais frio que 2013 antes da última onda de frio e na mellhor das hipóteses igualou agora, vamos recapitular: em junho de 2012 uma onda de frio muito forte principalmente no RS mas que pegou também parte de SC na primeira metade do mês (a segunda quinzena quente equilibrou a média do mês), em junho de 2013 absolutamente nenhuma advecção fria digna de nota no Brasil. Julho de 2012 registrou temperatura abaixo da média quase constante no RS e parte de SC apesar da ausência de uma "bomba", mas em julho de 2013 o primeiro frio só chegou por volta do dia 20, o MI antes da última onda de frio (e passado quase todo o inverno solar) tinha registrado apenas uma negativa e por poucos décimos, 2013 pode ter sido um dos começos de inverno com menos advecção fria que a Região Sul já viu. Enquanto 2012 teve uma "bomba" no RS em junho e um frio constante em julho, 2013 só disse a que veio quase no fim de julho! Não quero menosprezar 2013, que teve uma onda de frio muito forte do Sul até SP e ainda pegando grande parte do Centro-Oeste e um bom pedaço Norte, além da bela nevada em partes do sul, apenas desejo reforçar que a temperatura média do período mais frio do ano em 2013 até agora está bem parecida com a que foi registrada em igual período de 2012 na maior parte do Centro-Sul (com alguma vantagem para 2012 ou 2013 dependendo do lugar).

Ok Giulliano, também tem este lado pessoal, mas realmente se tiver que escolher entre uma espécie exótica que se adapte ao clima e outra também exótica que fique vulnerável aos frios mais fortes não há como discordar que primeira escolha é melhor, mas se puder pelo menos colocar algumas nativas no meio a natureza agradece, rs. O que mais me incomoda é ver em algumas cidades a vegetação nativa ser quase toda substituída por espécies exóticas, um caso deve ser CDJ. Ao pessoal de SP, também acho que a "vantagem" do inverno de 2013 sobre 2012 deve crescer em agosto, não espero um agosto frio mas também não tão quente como foi 2012 principalmente entre a Região Sul e SP. No RJ está menos claro, 2012 teve uma circulação de leste que moderou as médias em grande parte do estado, para cá não descarto um 08/2013 igual ou um pouco mais quente que 2012 apesar de ser apenas especulação a esta altura. Voltando a falar do RJ (mas deve valer para grande parte do sudeste também), o mês com maior anomalia negativa de temperatura em 2013 até agora foi janeiro (para compensar o calor em dezembro), e o mês com maior anomalia positiva foi junho (um dos mais quentes já registrados aqui), se fosse o contrário eu não ficaria nem um pouco triste, posso aturar o calor do verão se for para ter boas mínimas no inverno.

Olá Sergio, os pontos que levantou são pertinentes, principlmente o fato de que um abril fresco valorizou bastante o outono, mas ainda considero exagero dizer "muito melhor", pois maio foi apreciavelmente mais quente em 2013, junho foi ligeiramente mais quente e com compensada muito acima da média pelo segundo ano seguido e julho, mesmo sem máxima absoluta alta aí, teve ausência de frio até depois do dia 20, tanto que em 2012 a primeira mínima sub-10ºC chegou antes de 2013. Este período de maio (mais a segunda metade ao que parece) até depois do dia 20 de julho com médias altas foi bem significativo e tem um impacto dominante na estação mais fria apesar da grande queda nos últimos dias. Houve também com comparação com 2011 que ficou em outro patamar, pois maio de 2011 (17,7) contra 2013 (18,8) e ainda mais junho de 2011 (16) contra 2013 (18,1), julho deve ter sido um pouco mais frio em 2013 mas a vantagem de 2011 nos outros meses (da estação "fria", considero desde maio) é muito grande e este ano não chega perto de 2011 até agora, mas eu entendo que o evento prinicipal de frio de 2013 foi mais significativo que qualquer outro desde 2000 principalmente pela máxima baixa registrada aí, e a onda de frio principal do ano tem um impacto muito maior na memória do que a regularidade do inverno, basta lembrar que 1994, um inverno de temperatura acima da média na maior parte do Sul e de dentro a acima da média em SP, é lembrado com tanto entusiasmo por duas de ondas de frio intensas, principalmente no fim de junho daquele ano que foi também o único mês a ficar abaixo da média. Ao Aldo, o ideal á fazer a média desde 1981 para completar 30 anos, mas esta queda de julho de 2013 se deve mais à recente MP.

Engraçado como o passado muito recente tende a ser supervalorizado em detrimento do passado recente, São Paulo teve em 2013 médias mais altas que 2012 nos meses de maio e junho (ainda que por pouco em junho), e julho seguia tão ou mais quente que julho de 2012 até esta última fente fria que entrou depois do dia 20, mas já se diz que 2013 está "muito melhor" que 2012 por causa de um evento. Quase 10 dias abaixo da média anulam quase 2 meses e meio entre dentro e acima da média? Vale refletir. Desculpem me meter, mas as vezes não morar no lugar é bom pois pemite que a pessoa se concentre nos números, a memória humana de frio/calor é facilmente influenciável, o mais recente tende a ser mais valorizado o que também ajuda a alimentar teorias alarmistas (quem nunca viu uma onda de calor ou frio como inúmeras do passado ser descrita como sem precedentes ou reflexo das mudanças climáticas, assim como furacão, tornado e tudo mais, que atire a primeira pedra), ouvi de alguns conhecidos na semana passada (gente com 30 anos ou mais) que "nunca fez tanto frio no Rio", mas na verdade foi no máximo o maior frio em 5 anos (pela persistência), tenho certeza que em outros lugares isto acontece também, e o mesmo vale para o calor, tanto que num mês de verão dentro da média também ouvi gente falando que nunca sentiu tanto calor.

Também sou contra plantar vegtação exótica e não adaptada ao clima local, mas existem palmeiras que resistem muito bem ao clima subtropical e até mesmo ao clima temperado brando, na Suíça italiana (parte mais quente do país, mas ainda tem médias de inverno menores que as serras de SC) existem muitas palmeiras principalmente perto dos lagos e também em algumas áreas do sudoeste americano onde a mínima absoluta pode chegar a -20ºC de tempos em tempos. Também sou contra encher as cidades de vergetação de clima temperado não nativa só para dar um clima europeu "fake" (tipo CJ), todo reflorestamento e também os projeitos de arborização urbana deveriam privilegiar as espécies nativas. O Rio finalmente com dia de sol aberto, agora faz 23ºC na ZS e até 26ºC na ZN, julho termina com chuva nitidamente acima da média em toda a cidade, já as anomalias postivas de temperatura foram neutralizadas pelos últimos dias frescos nas áreas mais baixas do estado o que inclui a capital (que encerra o mês dentro da média), mas a média do inverno ainda segue alta após o calor histórico de junho que teve média de 24ºC (meio grau abaixo de um janeiro típico em POA) e mínima absoluta de incríveis 19ºC no centro da cidade.